Notícias Archives - APEPI https://apepi.org/category/noticias/ Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal Mon, 23 Jun 2025 17:46:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://apepi.org/wp-content/uploads/2023/09/cropped-favicon-256px-32x32.png Notícias Archives - APEPI https://apepi.org/category/noticias/ 32 32 Quais são os tipos de Cannabis? https://apepi.org/quais-sao-os-tipos-de-cannabis/ https://apepi.org/quais-sao-os-tipos-de-cannabis/#respond Tue, 24 Jun 2025 12:00:00 +0000 https://apepi.org/?p=33707 A Cannabis é uma planta que desperta muita curiosidade. E não seria para menos. Apesar de todo o preconceito e o proibicionismo, ela segue mudando vidas e levando saúde. Afinal, os benefícios dos canabinoides, como o canabidiol (CBD), o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabigerol (CBG) são cada vez mais conhecidos pela medicina endocanabinoide. Mas então, toda planta é igual? […]

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A Cannabis é uma planta que desperta muita curiosidade. E não seria para menos. Apesar de todo o preconceito e o proibicionismo, ela segue mudando vidas e levando saúde. Afinal, os benefícios dos canabinoides, como o canabidiol (CBD), o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabigerol (CBG) são cada vez mais conhecidos pela medicina endocanabinoide. Mas então, toda planta é igual? Para explicar mais sobre os diversos tipos de Cannabis, preparamos este pequeno guia: 

Os tipos de Cannabis: Sativa, Indica e Ruderalis 

De acordo com a classificação biológica, a maconha pertence à família Cannabaceae e ao gênero Cannabis. Esse gênero é monotípico, portanto, possui uma única espécie, chamada Cannabis sativa L. A sigla L. é uma referência a Carolus Linnaeus, botânico sueco que descreveu a planta em 1753. 

Embora dentro do gênero Cannabis não haja uma divisão, há diferenças de linhagens que são classificadas com base em características botânicas, químicas e genéticas. Assim, os tipos de Cannabis são constantemente classificados pela taxonomia em três categorias principais: Cannabis sativa sativa, Cannabis sativa índica e Cannabis sativa ruderalis

O que é a Cannabis sativa sativa

Geralmente são classificadas como subespécie sativa as plantas que apresentam maior teor de THC, em proporções próximas ao do CBD. Outra característica dessas plantas é que elas costumam apresentar plantas mais altas, com caule e folhas mais finas e compridas. 

Para fins medicinais, as Cannabis da subespécie sativa costumam ser utilizadas para obter os benefícios do THC para a saúde, como propriedades analgésica, antiemética e anti-inflamatória. Do mesmo modo, a combinação entre o CBD e o THC possui importantes aplicações, devido ao efeito sinérgico dos canabinoides. 

O que é a Cannabis sativa indica

A subespécie indica recebe este nome porque a sua origem mais provável é regiões montanhosas do subcontinente indiano, região peninsular do sul da Ásia. Do ponto de vista da botânica, as plantas da subespécie indica costumam ser mais baixas, robustas, com folhas largas e mais densas. 

Já o perfil dos canabinoides, costuma ser marcado por predominância do CBD ou de equilíbrio entre o THC e o CBD. Estas proporções podem variar de acordo com condições de cultivo. Portanto, o uso terapêutico dessas plantas pode ser indicado para o tratamento de dor crônica, insônia, ansiedade e espasmos musculares

O que é a Cannabis sativa ruderalis

A subespécie ruderalis é naturalmente originária das regiões frias da Rússia e Europa Central. Suas características botânicas mais comuns são plantas pequenas, de crescimento rápido, e folhas menores e menos ramificadas. 

A Cannabis ruderalis costuma apresentar baixíssimo teor de THC. Ao mesmo tempo, alguns quimiotipos dessa subespécie podem apresentar concentrações moderadas de canabidiol. Embora possa ter pouco valor medicinal, esta variedade pode ser utilizada para produzir materiais com o cânhamo indutrial, que vão desde materiais de construção, a tecidos e até o whey protein de maconha

Contudo, devemos pontuar que a divisão em sativa, indica e ruderalis tem raízes na botânica tradicional e na cultura popular. No entanto, estudos genéticos recentes mostram que a classificação baseada apenas na morfologia ou nos efeitos não reflete com precisão a diversidade química e genética da planta.  

Do ponto de vista da biologia, atualmente o termo mais correto para classificar as subespécies ou variantes é quimiovares ou quimiotipos. Esta classificação analisa a planta com base no perfil de canabinoides e terpenos.

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Associações discutem regulamentação e pressionam governo por mudanças https://apepi.org/associacoes-discutem-regulamentacao-e-pressionam-governo-por-mudancas/ https://apepi.org/associacoes-discutem-regulamentacao-e-pressionam-governo-por-mudancas/#respond Mon, 12 May 2025 20:57:28 +0000 https://apepi.org/?p=33270 A campanha “Repense o Óbvio”, que reúne associações canábicas de todo o país, passou por mais uma etapa crucial. O movimento, que convida a sociedade civil para discutir e pressionar as autoridades por regulamentação das atividades das associações, realizou um encontro em Brasília na última semana.   Durante o seminário, realizado no Memorial Darcy Ribeiro […]

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A campanha “Repense o Óbvio”, que reúne associações canábicas de todo o país, passou por mais uma etapa crucial. O movimento, que convida a sociedade civil para discutir e pressionar as autoridades por regulamentação das atividades das associações, realizou um encontro em Brasília na última semana.  

Durante o seminário, realizado no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo), no Campus Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB), representantes das associações e especialistas puderam expor os principais pontos, desafios e possibilidades para a regulamentação das associações. 

Ao todo, o evento contou com quatro eixos temáticos: Regulação responsável – Equilíbrio entre segurança e acesso; Carta de Princípios; Sustentabilidade Financeira – Caminhos para Viabilidade Econômica; Modelos Regulatórios Internacionais e Adaptação ao Contexto Brasileiro. 

“Eu acho que é muito importante esse movimento, a união de todas as associações, respeitando as especificidades e diversidades de cada uma delas. E lembrando que tudo isso surge, na maioria disso, pelo amor aos nossos parentes. E é esse amor que a gente traz para essa causa (…) se a gente olhar para trás, a gente está conseguindo avançar. Devagar, mas está conseguindo. Eu acho que quanto mais a gente se une, mais a gente consegue avançar”, destacou Marcos Langenbach, diretor e fundador da APEPI. 

Movimento protocolou carta de intenções por regulamentação no Executivo e Legislativo 

Após as discussões do seminário, os representantes das associações promoveram mais um importante espaço de diálogo. Desta vez, com as entidades públicas. O coletivo protocolou sua carta de intenções nos principais órgãos responsáveis pelo tema. Inicialmente, o movimento dirigiu-se ao Ministério da Saúde e Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento.  

Além dos órgãos do Executivo Federal, responsáveis por definir diretrizes sobre o tema, houve também a busca por diálogo com o Congresso Nacional. A fim de influenciar a pauta legislativa a repensar o óbvio, o coletivo também protocolou o manifesto na Câmara Federal e no Senado da República. O movimento “Repense o Óbvio” segue recolhendo assinaturas da sociedade civil e já conta com o apoio de mais de 6 mil pessoas. Para assinar o manifesto é só acessar https://repenseoobvio.com.br

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Habeas Corpus para cultivo de Cannabis não depende de baixa renda, decide STJ https://apepi.org/habeas-corpus-para-cultivo-de-cannabis-nao-depende-de-baixa-renda-decide-stj/ https://apepi.org/habeas-corpus-para-cultivo-de-cannabis-nao-depende-de-baixa-renda-decide-stj/#respond Mon, 24 Mar 2025 19:49:52 +0000 https://apepi.org/?p=14705 Uma decisão recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) poderá beneficiar diversos pacientes em seus tratamentos à base da maconha. A 6ª Turma do STJ decidiu que o critério socioeconômico não fará mais parte da avaliação para a concessão de habeas corpus (HC) para pacientes que desejam plantar Cannabis para produzir os próprios medicamentos. Na […]

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Uma decisão recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) poderá beneficiar diversos pacientes em seus tratamentos à base da maconha. A 6ª Turma do STJ decidiu que o critério socioeconômico não fará mais parte da avaliação para a concessão de habeas corpus (HC) para pacientes que desejam plantar Cannabis para produzir os próprios medicamentos. Na decisão, a Turma julgava um caso específico de paciente do Estado de São Paulo. No entanto, ela possui repercussão geral e servirá de parâmetro para outras cortes. 

O que é um habeas corpus para plantar Cannabis?  

O habeas corpus, ou salvo-conduto, é um instrumento legal que visa garantir os direitos do cidadão. Neste caso, o HC para o plantio da maconha permite que o paciente plante e produza o óleo medicinal sem que haja eventual sanção criminal. Diversos pacientes recorrem ao HC como forma de garantir o seu direito à saúde e tratamentos dignos.  

Só no último ano, o STJ recebeu ao menos 384 processos relacionados a pedidos de habeas corpus para cultivo caseiro. São solicitações de pacientes para uso individual, assim como processos de associações, para fins coletivos. O direito ao plantio doméstico é uma das bandeiras defendidas pela APEPI em seus mais de 10 anos de atividades. Além de produzir óleos aos associados, a Associação promove cursos de cultivo e extração caseira dos remédios. 

O que muda para conseguir um habeas corpus para cultivar maconha? 

A decisão consta no informativo de jurisprudência do STJ. Portanto, poderá servir de inspiração para outras decisões judiciais. Do mesmo modo, ela pode impactar positivamente casos que haviam sido negados anteriormente e que estejam em instâncias de recurso. Embora seja uma inspiração, a decisão não tem força de lei e não é aplicável automaticamente. Assim, caberá à sociedade civil continuar a pressionar as autoridades para garantir a efetividade dos direitos dos pacientes. 

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Documentário “O Outro Mundo de Sofia” vence prêmio internacional https://apepi.org/documentario-o-outro-mundo-de-sofia-vence-premio-internacional/ https://apepi.org/documentario-o-outro-mundo-de-sofia-vence-premio-internacional/#respond Wed, 26 Feb 2025 14:09:46 +0000 https://apepi.org/?p=14364 Estamos em plena temporada de premiações do cinema. Enquanto o Brasil aguarda ansiosamente pelo Oscar, onde Fernanda Torres concorre a Melhor Atriz por “Ainda Estou Aqui”, já tivemos uma grande vitória no “Oscar do cinema canábico”: o documentário “O Outro Mundo de Sofia” foi eleito Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema Canábico (FICC), realizado […]

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Estamos em plena temporada de premiações do cinema. Enquanto o Brasil aguarda ansiosamente pelo Oscar, onde Fernanda Torres concorre a Melhor Atriz por “Ainda Estou Aqui”, já tivemos uma grande vitória no “Oscar do cinema canábico”: o documentário “O Outro Mundo de Sofia” foi eleito Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema Canábico (FICC), realizado em Buenos Aires, Argentina, no domingo (23).

A história real por trás do documentário

Dirigido por Raphael Erichsen, “O Outro Mundo de Sofia” acompanha a trajetória de Sofia e seus pais, Margarete Brito e Marcos Langenbach, fundadores da APEPI, na luta para garantir o tratamento medicinal com Cannabis no Brasil.

A produção expõe os desafios enfrentados pela família, desde barreiras legais até o preconceito, mostrando como o caso de Sofia abriu caminhos para outros pacientes que precisam da Cannabis medicinal. O documentário também conta com depoimentos de especialistas como o neurocientista e biólogo Sidarta Ribeiro, e ativistas como o deputado federal e pastor Henrique Vieira.

Assista o documentário na íntegra aqui!

O impacto de “O Outro Mundo de Sofia” no debate sobre Cannabis

A premiação no FICC 2024 reforça a importância de produções que abordam a regulamentação da Cannabis medicinal. Esses filmes desempenham um papel fundamental na conscientização do público, ajudando a desmistificar preconceitos e a fortalecer o debate sobre a legalização.

Longo caminho pela frente

Confira o teaser do filme

Apesar das conquistas, ainda não temos uma regulamentação completa que garanta o acesso amplo e democrático à Cannabis medicinal no Brasil. O reconhecimento de “O Outro Mundo de Sofia” é um marco, mas a luta continua. É essencial que sociedade civil, médicos e legisladores sigam pressionando por avanços que garantam o direito ao tratamento e incentivem pesquisas científicas sobre a planta.

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Donald Trump e Maconha: O que pode mudar no universo da Cannabis?  https://apepi.org/donald-trump-e-maconha-o-que-pode-mudar-no-universo-da-cannabis/ https://apepi.org/donald-trump-e-maconha-o-que-pode-mudar-no-universo-da-cannabis/#respond Wed, 22 Jan 2025 22:13:39 +0000 https://apepi.org/?p=13540 Nesta semana, Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos da América. O empresário retorna à Casa Branca em um mandato previsto para durar até o início de 2029. Neste cenário, cabe refletir sobre o posicionamento de Donald Trump sobre maconha e o que pode mudar em relação à Cannabis medicinal e política de drogas em […]

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Nesta semana, Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos da América. O empresário retorna à Casa Branca em um mandato previsto para durar até o início de 2029. Neste cenário, cabe refletir sobre o posicionamento de Donald Trump sobre maconha e o que pode mudar em relação à Cannabis medicinal e política de drogas em âmbito local e global.  

Representante da ala mais reacionária do Partido Republicano, Trump já tomou uma série de medidas que reduzem direitos , como o o fim do direito constitucional de cidadania automática aos nascidos nos EUA, a saída do país da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do acordo climático de Paris. Há também a promessa de retrocessos em outros direitos sociais e civis, além do ataque à soberania de outras nações. Buscamos então responder as principais questões que surgem no momento em relação à maconha. Confira: 

O que Donald Trump diz sobre maconha? 

O posicionamento de Trump sobre a Cannabis é repleto de controvérsias. Em seu primeiro mandato, uma das principais medidas do político foi dar fim ao chamado Memorando Cole. O documento era uma recomendação da era Obama para que o Departamento de Justiça não aplicaria a proibição federal da maconha em estados que promulgassem leis legalizando a planta. Isto porque dentro do ordenamento jurídico do país, cabe a cada estado definir seu código penal. 

Do mesmo modo, no primeiro governo de Trump houve a ameaça até em relação ao uso medicinal. Embora em sua primeira campanha o empresário tenha defendido o tema, representantes do governo demonstraram posicionamentos favoráveis a restrições. Jeff Sessions, então procurador-geral, chegou a solicitar fundos ao Congresso para processar estados por suas leis favoráveis a maconha medicinal.  

O cenário chegou a representar uma ameaça ao setor estabelecido de produção de cânhamo e indústria da Cannabis. No entanto, o republicano foi o responsável por assinar a Lei de Melhoria Agrícola, em 2018. Um dos pontos desta legislação foi a remoção do cânhamo da lista de espécies proibidas. Além do uso do industrial para a produção de diversos produtos, como papel e tecido, o cânhamo também possui aplicações medicinais. Isto porque algumas variações possuem boas concentrações de canabidiol (CBD), o canabinoide mais utilizado para fins terapêuticos. O cânhamo, também chamado de cânhamo industrial, apresenta pequenas concentrações de tetrahidrocanabinol (THC). 

O que esperar para o novo mandato de Trump? 

Donald Trump retorna ao governo em um momento crucial para o debate sobre maconha nos EUA e no mundo. No ano passado, o então presidente Joe Biden declarou ter planos de retirar a Cannabis da lista de substâncias perigosas (Lista I) e incluí-la na lista de substâncias com potencial terapêutico (Lista III) da Lei de Substâncias Controladas (CSA, na sigla em inglês).  

A mudança de classificação permitiria a ampliação do uso medicinal no país, além de abrir novas possibilidades de negócios. No entanto, a ação segue parada e dependerá do novo mandatário. É difícil prever qualquer tipo de decisão. Do mesmo modo, analisar os indicados de Trump para os cargos mais importantes sobre o tema mantém a incerteza. 

Harmeet Dhillon, escolhida para assumir o cargo de procuradora-geral assistente para direitos civis no Departamento de Justiça é abertamente crítica à maconha. A advogada já expressou diversas opiniões contrárias baseadas em preconceitos, como dizer que a maconha é a “porta de entrada” para outras drogas. Outra importante indicação foi a de Marty Makary para chefiar o FDA, departamento que regula questões de alimentos e drogas. O médico é um negacionista em relação à maconha medicinal. 

Em contrapartida, o presidente escolheu Robert F. Kennedy Jr. para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, em inglês). O político defende o fim da proibição da maconha e a legalização da Cannabis e de psicodélicos para fins terapêuticos. O órgão chefiado por Robert é responsável por supervisionar o FDA. 

Trump fará uma nova guerra às drogas? 

Durante o primeiro dia de governo, Trump assinou uma ordem executiva autorizando agências a atuarem dentro e fora do território estadunidense para desmantelar organizações criminosas. O texto fala em organizações civis, no entanto, especialistas alertam para o risco de invasões militares. Isto porque outro documento assinado por Trump após a posse abre a possibilidade de uso militar na defesa da integridade. Este documento cita a entrada de opioides como uma ameaça à soberania e estabelece que as forças armadas tenham como prioridade a defesa nacional. 

O termo guerra às drogas surgiu na década de 1970 quando Richard Nixon iniciou o processo global de criminalização de diversas substâncias e caça a seus usuários. Recentemente o NY Times revelou gravações que demostraram que Nixon considerava que a maconha não era “particularmente perigosa”.

O que muda no Brasil com Trump? 

Atualmente vivemos questões distintas sobre a Cannabis no Brasil. No último ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que portar maconha não é crime. Igualmente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o cultivo de cânhamo, matéria que aguarda regulamentação dos órgãos competentes. Por outro lado, tramita no Congresso a PEC das Drogas, que visa criminalizar o porte de drogas em qualquer quantidade. Neste sentido, as mudanças no panorama político global podem fazer o pêndulo ir mais para um lado ou outro. 

Outro ponto é entender que as medidas protecionistas de Donald Trump podem impactar diretamente a maconha medicinal e questões econômicas. Isto porque, ao aumentar barreiras alfandegárias, taxas de juros e valorizar o dólar no mercado global, o governo poderá impactar diretamente a vida de milhares de pacientes. Uma significativa parte dos pacientes de Cannabis medicinal faz uso de medicamentos importados, que poderão ficar mais caros nos próximos anos. 

As incertezas geradas pela posse de Trump só reforçam a importância das associações de pacientes de maconha no Brasil. Plantar maconha, produzir óleos a preço justo com qualidade comprovada é o melhor caminho para garantir o direito dos pacientes. Cabe aos órgãos públicos garantirem a soberania brasileira e os interesses nacionais. Para isso, precisamos superar os absurdos do proibicionismo, regulamentando o plantio, a produção, além do uso adulto da maconha.

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Retrospectiva 2024: O universo da Cannabis neste ano  https://apepi.org/retrospectiva-2024-o-universo-da-cannabis-neste-ano/ https://apepi.org/retrospectiva-2024-o-universo-da-cannabis-neste-ano/#respond Fri, 27 Dec 2024 21:47:29 +0000 https://apepi.org/?p=13043 Quando pensamos nos grandes acontecimentos relativos à Cannabis neste ano, um dos principais fatos que vem à mente foi a decisão do STF de descriminalizar o porte de maconha. No entanto, 2024 também marcou outras transformações do ponto de vista jurídico. Alguns avanços, porém, algumas ameaças. Também foi um ano de transformações em outros segmentos, […]

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Quando pensamos nos grandes acontecimentos relativos à Cannabis neste ano, um dos principais fatos que vem à mente foi a decisão do STF de descriminalizar o porte de maconha. No entanto, 2024 também marcou outras transformações do ponto de vista jurídico. Alguns avanços, porém, algumas ameaças. Também foi um ano de transformações em outros segmentos, como no uso medicinal. Preparamos uma retrospectiva 2024 para você relembrar tudo o que rolou no universo da Cannabis neste ano. Confira: 

Portar maconha não é crime e outras mudanças legais 

Em junho, o Supremo Tribunal Federal finalizou uma saga que durou mais de uma década. A corte concluiu o julgamento do Recurso Extraordinário 635.659, decidindo descriminalizar o porte da maconha. Na decisão, os Magistrados definiram que portar até 40g ou seis plantas fêmeas é o quantitativo que permite considerar alguém como usuário. 

Já no segundo semestre, Superior Tribunal de Justiça – STJ aprovou a legalidade da importação de sementes e do cultivo de variedades de Cannabis por pessoas jurídicas para fins medicinais, farmacêuticos ou industriais, desde que possuam baixo teor de tetrahidrocanabinol (THC). A APEPI esteve presente na votação, por meio de Margarete Brito, diretora e fundadora da Associação. 

Na sentença, a Corte definiu que a Anvisa e os demais órgãos do Poder Executivo teriam até seis meses para regulamentar a matéria. Contudo, a Advocacia-Geral da União – AGU apresentou recurso pedindo a extensão do prazo para 1 ano. O órgão alega que o prazo maior seria crucial em virtude da complexidade do assunto. Enquanto o assunto tramita no ritmo da burocracia brasileira, milhões de interessados precisam de uma solução. A esperança é que a regulamentação venha mesmo no próximo ano. 

Maconha em SP e mudanças no Anvisa 

Neste ano o Governo do estado de São Paulo começou a fornecer produtos à base de Cannabis pelo SUS. A lei já havia sido aprovada no início do ano passado e regulamentada em dezembro. Para ter direito ao medicamento, os pacientes precisam de indicação médica para tratar síndromes raras ou distúrbios neurológicos, além de passar por acompanhamentos periódicos. 

Na reta final do ano, a Anvisa decidiu incluir flor de Cannabis na próxima edição da Farmacopeia Brasileira. Este documento é o código oficial que serve como guia farmacêutico para a produção de medicamentos no Brasil. Sendo assim, as flores se destinam à produção de fármacos e não para consumo próprio. 

Na contramão dos avanços, a Anvisa editou a Nota Técnica nº 51/2024, que reforçou a proibição da importação de flores de Cannabis por pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, bem como de extratos da planta. Enquanto demora a regulamentar e legitimar o cultivo das associações canábicas, o órgão também restringe questões de acesso aos pacientes. 

Crescimento da Cannabis Medicinal no país 

O uso da maconha para fins medicinais tem crescido com o passar dos anos. Isto se deve ao avanço da medicina endocanabinoide e da divulgação científica. Estudos sugerem que neste ano o Brasil atingiu um total de 672 mil pacientes de Cannabis. Este número representa um aumento de 56% em relação ao ano anterior. 

Cerca de 147 mil destes pacientes são membros das associações canábicas. Estas associações garantem produtos de qualidade a um preço justo. Atualmente a APEPI celebra a marca de 10 mil associados ativos. 

2025 promete ser um ano ainda mais importante. Para ficar por dentro de todas as novidades do universo da Cannabis no próximo ano, acompanhe nossas redes e nos ajude a construir um próximo ano ainda melhor. 

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Maconha e Esporte? Entenda como a Cannabis pode ser uma aliada nas atividades físicas https://apepi.org/maconha-e-esporte-entenda-como-a-cannabis-pode-ser-uma-aliada-nas-atividades-fisicas/ https://apepi.org/maconha-e-esporte-entenda-como-a-cannabis-pode-ser-uma-aliada-nas-atividades-fisicas/#respond Thu, 19 Dec 2024 21:44:26 +0000 https://apepi.org/?p=12668 Neste Dia do Atleta, comemorado em 21 de dezembro, convidamos você a conhecer um pouco mais sobre os possíveis benefícios da medicina endocanabinoide no esporte. Durante muito tempo a associação entre a maconha e o esporte era vista como algo negativo ou prejudicial. Parte disso surgiu como resultado da guerra às drogas, que não apenas […]

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Neste Dia do Atleta, comemorado em 21 de dezembro, convidamos você a conhecer um pouco mais sobre os possíveis benefícios da medicina endocanabinoide no esporte. Durante muito tempo a associação entre a maconha e o esporte era vista como algo negativo ou prejudicial. Parte disso surgiu como resultado da guerra às drogas, que não apenas criou uma caça a usuários, como também foi o catalisador da disseminação de estigmas e preconceitos. 

No entanto, os avanços das pesquisas sobre o uso medicinal da Cannabis estão fazendo o jogo mudar. Diversas são as possibilidades para o uso dos canabinoides, que vão desde os ergogênicos a benefícios colaterais. Essas novas possibilidades têm obrigado federações a rediscutirem regras e limites sobre o uso dessa substância.  

Benefícios da Cannabis no esporte 

Um dos principais usos da maconha para atletas é como analgésico e anti-inflamatório. Alguns canabinoides, como o canabidiol (CBD), o canabigerol (CBG) ou o tetrahidrocanabinol (THC), podem ajudar a inibir dores ou melhorar a recuperação de lesões. Estudos apontam que estas substâncias podem acelerar a recuperação do corpo sem maiores prejuízos à performance

O meio de uso dos canabinoides costuma ser o oral, com os óleos. Entretanto, outras soluções podem ser interessantes, como o uso de cremes tópicos que agem diretamente no local da dor. Outro uso relatado é a respeito do uso da Cannabis na melhora da qualidade do sono ou no controle da ansiedade. 

Melhora do apetite 

Uma das possíveis aplicações dos canabinoides está em questões relativas à fome e ingestão de alimentos. Praticantes de diversas modalidades esportivas, como o fisiculturismo, necessitam seguir uma rigorosa ingestão de alimentos. Os relatos de diversos atletas apontam que o THC ou o CBG ajudam a melhorar o apetite e manter a rotina de refeições. 

Em outra direção, um fitocanabinoide menos conhecido pode ajudar a reduzir a fome. O THCV (tetrahidrocanabivarina) vem sendo cada vez mais utilizado por sua capacidade de ajudar a redução do apetite e diminuir a intolerância à glicose. Assim, ele pode oferecer não só alternativas para tratamentos de obesidade e diabetes, como também ajudar a atletas que precisam controlar a ingestão calórica. 

Maconha é doping no esporte? 

Os avanços da Cannabis medicinal estão fazendo com que federações de diversas modalidades repensem as regras sobre a substância. A Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês) coloca o THC na lista de substâncias proibidas em competições, quando excede a concentração urinária limite de 150 ng/mL(nanograma por milímetro). O uso do CBD é permitido apenas em extrato puro, que não apresenta todos os benefícios do óleo full spectrum. Oléos full spectrum são aqueles que preservam os componentes naturais da planta, como canabinoides, flavonoides e terpenos.

No entanto, ao contrário da WADA, no ano passado a Liga Americana de Basquete (NBA) autorizou o uso da maconha por seus atletas. A mudança resultou da demanda de diversos atleta. Um deles foi o astro Kevin Durant, um dos maiores pontuadores da história da liga. Contudo, vale destacar que o uso da Cannabis é legal em 23 estados, três territórios dos EUA, e na capital Washington.  

Recentemente a NFL (Liga Nacional de Futebol Americano, em livre tradução) mudou suas regras em relação ao THC. A substância continua proibida. Contudo o limite estabelecido passou de 150 ng/mL para 350 ng/mL. Além disso, a NFL reduziu a multa aplicada ao atleta que testar positivo.  

Desde 2022, a NFL vem fomentando pesquisa sobre a aplicação do CBD em casos de concussão cerebral. Devido aos constantes choques, este esporte apresenta maiores riscos de lesões no sistema nervoso central. Outros estudos já sugerem os benefícios do CBD para estes casos. 

E você, sabia de todos os benefícios da maconha para os atletas e demais praticantes de esporte? Se quiser saber mais sobre o universo da Cannabis, acompanhe o podcast “Não É Sobre Maconha”, realizado pela APEPI.

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Dia Nacional da Criança com Deficiência: por direitos e inclusão https://apepi.org/dia-nacional-da-crianca-com-deficiencia-por-direitos-e-inclusao/ https://apepi.org/dia-nacional-da-crianca-com-deficiencia-por-direitos-e-inclusao/#respond Mon, 09 Dec 2024 21:42:00 +0000 https://apepi.org/?p=14094 Neste dia 09 de dezembro é celebrado o dia nacional da criança com deficiência. A data foi criada para dar visibilidade à luta por inclusão social, qualidade de vida e respeito aos direitos das crianças. Lançar luz sobre o assunto ajuda a reduzir estigmas sociais. Essas barreiras prejudicam não apenas a qualidade de vida, como também […]

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Neste dia 09 de dezembro é celebrado o dia nacional da criança com deficiência. A data foi criada para dar visibilidade à luta por inclusão social, qualidade de vida e respeito aos direitos das crianças. Lançar luz sobre o assunto ajuda a reduzir estigmas sociais. Essas barreiras prejudicam não apenas a qualidade de vida, como também o acesso correto a diagnóstico e tratamento em muitos casos.

Assim, valorizar a qualidade de vida das crianças com deficiência é promover o acesso à saúde, educação e todos os seus direitos humanos, na medida de suas necessidades. Também passa por permitir e estimular o desenvolvimento das capacidades de cada criança. A APEPI nasce também para garantir saúde e dignidade às crianças com deficiência. Para diversas condições clínicas, o tratamento à base de Cannabis pode ser uma importante ferramentas para garantir qualidade de vida.

Dia Nacional da Criança com Deficiência: Os direitos da criança PDC

Diversos direitos da criança e do adolescente com deficiência são garantidos legalmente. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), assegura direito à escola regular, com as devidas adaptações necessárias de métodos, técnicas e o suporte de profissionais capacitados. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também prevê o direito a atendimento educacional especializado.

Do mesmo modo, o ECA garante o direito a atendimento médico sem discriminação ou segregação. Além disso, estabelece o fornecimento gratuito de medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Outro marco fundamental é a Lei Brasileira de Inclusão (LBI),  nº 13.146/2015. Ela reforça direitos constitucionais, como direitos civis e sociais, além de assegurar a promoção da igualdade de oportunidades.

No entanto, ainda que do ponto de vista da legislação haja muito avanços. Ainda faltam políticas públicas capazes de efetivar estes direitos, principalmente para levá-los a toda a população brasileira. Por isto, é fundamental destacarmos esta data, para prover o debate e a reflexão. E para que os direitos não fiquem apenas nas palavras vazias da lei.

Podcast especial sobre o tema

Para marcar a data, o podcast “Não É Sobre Maconha” terá uma edição especial com mães do Papo Especial. A conversa, conduzida por Margarete Brito, diretora e fundadora da APEPI, aborda tópicos importantes sobre a vida e a maternidade atípica.

Sem sensacionalismos e quebrando preconceitos sobre o assunto, o grupo debate os medos, desafios e a beleza de ser mãe. O podcast servirá para construir um diálogo franco sobre o assunto. Entre os assuntos falados, as mães destacaram o processo gradual de mudança no comportamento da sociedade:

— Acho isso tem muito a ver com a questão da mudança da formatação da sociedade. Porque as pessoas com deficiência eram um pouco enclausuradas, não apareciam. Não iam para a escola. Então, quando você começa a ampliar isso, as pessoas vão vendo a criança indo no shopping, na festinha, isso começa de alguma maneira a ir tornando mais aceitável, deixando de ser fora do comum. — Destaca Cris Freitas, uma das participantes da mesa.

O episódio irá ao ar nesta quinta-feira (12/12), às 18h. O podcast “Não É Sobre Maconha” está disponível nas principais plataformas digitais, como o Youtube, Spotify e Deezer. 

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Congresso discute uso de psicodélicos e lei de drogas no Brasil https://apepi.org/congresso-discute-uso-de-psicodelicos-e-lei-de-drogas-no-brasil/ https://apepi.org/congresso-discute-uso-de-psicodelicos-e-lei-de-drogas-no-brasil/#respond Tue, 12 Nov 2024 15:20:53 +0000 https://apepi.org/?p=11380 Neste final de semana aconteceu o II Congresso Brasileiro sobre Psicodélicos: Integração, Acesso e Regulação, organizado pela Associação Psicodélica do Brasil (APB) no Campus Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento teve como objetivo debater os mais variados aspectos sobre as substâncias psicodélicas, tais como a divulgação científica, reflexões sobre […]

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Neste final de semana aconteceu o II Congresso Brasileiro sobre Psicodélicos: Integração, Acesso e Regulação, organizado pela Associação Psicodélica do Brasil (APB) no Campus Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento teve como objetivo debater os mais variados aspectos sobre as substâncias psicodélicas, tais como a divulgação científica, reflexões sobre políticas públicas e aplicações de substâncias psicodélicas em tratamentos terapêuticos, redução de danos, entre outros. 

Ao longo dos dois dias de apresentações, diversos pesquisadores e especialistas passaram pelos dois auditórios que sediaram mesas simultâneas. O ponto em comum entre todas foi a necessidade de discutir as substâncias psicodélicas sem preconceitos. 

Psicodélicos e Cannabis: da proibição à regulamentação 

Para debater a regulamentação de psicodélicos, diversas falas fizeram um paralelo com a questão da maconha. Marcela Sanches e Ítalo Coelho, representantes da Rede Reforma, debateram o panorama global sobre a regulamentação das substâncias, mostrando o movimento pendular entre avanços e retrocessos. No Brasil, o paralelo com a Cannabis mostra que essas substâncias, assim como a planta, passam por regulamentações arbitrárias e que não respeitam aspectos científicos e sociais. 

“Porque se faz regulação de drogas no Brasil na base da gambiarra. Não se estuda, não é cientificamente amparado, (…) como é que a gente conseguiu avançar por exemplo para tirar o CBD dessas listas (de substâncias proibidas)? Com luta social, luta política. As lutas que as mães de pacientes fizeram para avançar dentro da Anvisa para essa regulamentação, as associações de pacientes, os movimentos organizados’, destaca Ítalo. 

Em outra atividade do evento, esse também foi o ponto de análise de Tarso Araújo, especialista no debate sobre drogas e diretor do filme Ilegal, a vida não espera: 

“Em 2014 eu fiz um filme que falava sobre essa coisa dos pacientes tentando conseguir importar o CBD (…) se vocês virem o filme, vocês vão ver o drama de uma mãe falando assim: ‘Ah, tá bom então, eles falam que eu posso importar o medicamento mesmo sem registro, mas tem que ter prescrição. Agora, qual é o médico que vai me prescrever o negócio se é proibido?”, reflete Tarso. 

O paralelo entre os psicodélicos e a Cannabis nos faz compreender de maneira holística a política de drogas. Primeiramente, a respeito do uso para fins medicinais, no qual o preconceito e a desinformação atrasam pesquisas e afastam pacientes e profissionais de saúde do devido uso terapêutico, em especial para a saúde mental. Outro ponto é a respeito do uso adulto. Compreender as dimensões do uso, sem criar estigmas sobre os usuários, informando-o sobre as práticas mais adequadas e redução de danos. 

Atuação da APEPI na regulamentação

Portanto, é fundamental repensarmos uma política de drogas que supere o proibicionismo e o encarceramento em massa. Estes foram até aqui os principais resultados da guerra às drogas. Devemos compreender essas substâncias não como proscritas, mas como uma questão de saúde.  

Por isso, a APEPI, além de fornecer medicamentos à base de Cannabis de alta qualidade para os seus associados, investe de modo constante na conscientização da população por meio da divulgação científica e na sensibilização dos formadores de opinião, bem como das autoridades públicas responsáveis pelas tomadas de decisão. 

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Anvisa autoriza a prescrição veterinária de Cannabis  https://apepi.org/anvisa-autoriza-a-prescricao-veterinaria-de-cannabis/ https://apepi.org/anvisa-autoriza-a-prescricao-veterinaria-de-cannabis/#respond Wed, 30 Oct 2024 22:44:56 +0000 https://apepi.org/?p=11227 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar a alteração anual da Portaria 344/98, que regulamenta a venda e distribuição de substâncias e medicamentos com controle especial. A novidade fica por conta da permissão para médicos veterinários prescreverem medicamentos à base de Cannabis. A autorização é para a prescrição veterinária de Cannabis, que […]

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar a alteração anual da Portaria 344/98, que regulamenta a venda e distribuição de substâncias e medicamentos com controle especial. A novidade fica por conta da permissão para médicos veterinários prescreverem medicamentos à base de Cannabis. A autorização é para a prescrição veterinária de Cannabis, que deve seguir as normas de controle especial de outros fármacos veterinários.

A regularização ficará com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), órgão responsável por normatizar o uso de produtos veterinários. A decisão da Anvisa será oficializada em Diário Oficial da União, nos próximos dias.

As alterações contam com o apoio do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e do MAPA. Enquanto ela ajuda a levar mais saúde aos animais, a decisão também traz maior segurança jurídica aos profissionais da veterinária, uma vez que tira da prescrição qualquer status ilegal.

Uso veterinário da Cannabis

Há diversas aplicações da Cannabis para o uso veterinário. Elas vão desde usos como analgésico e anti-inflamatório, até o tratamento de condições como quadros oncológicos e neurológicos. Várias espécies, assim como os humanos, possuem um sistema endocanabinoide. Este é um conjunto de substâncias e receptores que interagem com a planta, como o canabidiol (CBD), o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabigerol (CBG).

Esta mudança representa um grande avanço nas políticas públicas sobre Cannabis. Ela é fruto do trabalho e da luta de diversos setores que sempre viram a maconha como questão de saúde. Entretanto, a decisão da Anvisa é omissa sobre a atuação das associações, entidades que democratizam o acesso ao tratamento para milhares de famílias.

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